Relevância e impactos para o Distrito Federal

Um dos maiores desafios de sistemas de saúde abrangentes, como o Sistema Único de Saúde (SUS), é promover a equidade em saúde entre os diferentes segmentos, uma vez que requer respostas específicas, e em tempo hábil, às necessidades peculiares de cada curso de vida. Nesse período de 30 anos de construção do SUS, muitas estratégias foram elaboradas, como parte de um conjunto de ações afirmativas, propondo a qualificação da oferta na atenção ao parto e nascimento, a exemplo da Rede Cegonha. Na década de 90, a Organização Mundial de Saúde publicou recomendações de boas práticas de atenção ao parto e nascimento a fim de fortalecer essa qualificação e, por conseguinte, reduzir as altas taxas de mortalidade materna, os elevados índices de cesariana e as intervenções desnecessárias no cenário do parto.

O Brasil buscou, ao longo desse período, priorizar ações de melhorias na assistência à mulher, em especial no ciclo gravídico-puerperal, e a crianças na primeira infância, com prioridade para o período neonatal. Todavia, como ainda acontece em outros Estados, no Distrito Federal (DF) a redução da morbimortalidade materna e infantil permanece um desafio e revela que a qualidade dessa atenção pode alcançar níveis mais satisfatórios.

Ante a evidente necessidade de promover mudanças na prática profissional, com adequação da oferta às necessidades das mais de cinquenta mil crianças que nascem no DF anualmente e das milhares de mulheres assistidas e acompanhadas na rede da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), um grupo de servidores, com responsabilidade, determinação e apoio dos gestores, se propôs a organizar no ano de 2018 o I Fórum de Boas Práticas ao Parto e Nascimento no DF a partir da compreensão de que é possível fazer diferente e construir uma rede de cuidados para assegurar o direito a essa atenção humanizada. Será um espaço estratégico para instrumentalização, alinhamentos conceituais e diálogos com os profissionais e gestores. Serão debatidos temas a partir da perspectiva de potencializar parcerias, construir ou ressignificar o papel dos diferentes atores como agentes de cooperação na área da Obstetrícia, da Enfermagem e da Neonatologia.

Acreditamos que ao assumirmos de fato o compromisso e a responsabilidade pelo cuidado centrado nas necessidades e direitos das mulheres, seus bebês e familiares, assim como nas melhores práticas disponíveis e em todos os níveis de atenção, tornaremos possível a produção de efeitos significativos na qualidade do cuidado ofertado no SUS.